Uma das coisas que me fazem gostar tanto de morar em Londres (outra delas, na verdade) é a facilidade de viajar, uma vez estando aqui. Qualquer lugar é perto, rápido, fácil e se compra com antecedência, barato. Que foi o caso.
Graças a isso, final de semana passado fui visitar uma ex-colega de trabalho na Itália. Ela mora em Belluno, no norte da Itália, na região do Vêneto e não achei que ia gostar e me apaixonar tanto pelo lugar. Em especial eu, que gosto muito mais do frio, estava em casa. Por quê?
Simples, porque tava frio bagarai! Mas não, vai muito além disso...
Antes é bom deixar claro que não é um destino que todo mundo vai, um destino turístico (apesar de saber de gente que já foi pra estes lugares) nem nada. Este é só um relato de como foi meu final de semana passeando pela Europa, afinal essa é a ideia do blog, né? =]
Compramos as passagens pela low coast Ryanair por £ 102 ida e volta com taxas. Chegamos em Bologna, pegamos um carro (cerca de £ 40 pros dois dias) e fomos até Longarone. A viagem é de quase 300km e fizemos isso em duas horas e meia, fazendo duas paradas pelo caminho. Corri muito? Não... Não saí do limite de velocidade, que neste caso era de 130 km/h na maioria dos trechos. Pedágio tinha sim, o custo foi menos de £ 20 pro trecho todo, e só pra esta parte da autostrada, que seria essa via de auta-velocidade.
Inclusive, uma dica aqui: se tu for viajar de carro pela Itália e precisar pagar pedágio, sempre passe no guichê que tem um dinheiro desenhado. Lá tu vai retirar o ticket e ao chegar na saída que tu precisa tu vai inserir o ticket numa outra máquina (também com o desenho do dinheiro) e ela vai calcular quanto deu tua viagem (dependendo de onde tu começou). Ela aceita cartão ou dinheiro e faz troco também. Não faça igual eu que fuiquei sem pagar o primeiro trecho (pelo menos até agora...).
A recepção foi genuinamente italiana. Como sei disso? Saí do meio dos italianos... Sou da Serra Gaúcha e sei bem como é essa forma de recepção. Resumindo em uma duas palavra: comida boa. Na primeira noite fomos num restaurante típico de lá (que me lembrou as cantinas de Caxias do Sul) e foi muita polenta, carne de porco, de gado e outras coisas que nem lembro o nome (mals aê). Passamos por um vilarejo com cerca de 80 moradores e mais uma vez lembrei das origens: oito horas da noite e ninguém na rua!
No outro dia fomos conhecer a cidade de Cortina D'Ampezzo que também é destino turístico pra quem mora na Europa. Eles tem um centro de ski então é fácil ouvir outros idiomas além do italiano. As pessoas se vestem de um jeito único e o frio aperta um pouco mais (a cidade está a mais de 1.000m acima do nível do mar). Ah sim, tinha neve. Nevou beeem fraquinho enquanto estávamos lá, logo parou, mas tinha neve acumulada de semanas então a paisagem deu show. Simples.
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Na volta de lá fomos a Belluno. A cidadezinha tem menos de 40 mil habitantes e é muito conservadinha. Eles tem muitos e muitos prédios antigos também, mas ao contrário de algumas cidades da Sicília, eles são todos conservados, remodelados e alguns ainda em utilização. Nada de abandono por aqui.
No domingo, último dia da aventura, saímos um pouco antes e passamos por Veneza, já que era caminho pra ir até Bologna. Lá chegando, em pleno dia de Carnaval, uma hora só pra estacionar, uma caminhada rápida pelas ruelas inundadas, um par de fotos e hora de seguir viagem. O gostinho de quero mais ficou, com certeza.
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A viagem apesar de rápida foi muito prazerosa e deliciosa, claro. 🙂 Isso levantou ainda mais minha curiosidade pra descobrir a história dos imigrantes que saíram daquela mesmíssima região pra colonizar a região da Serra Gaúcha. Isso tudo há cerca de 150 anos atrás. E me faz pensar que hoje eu sou o imigrante da história. Não precisei colonizar nada, começar nada do zero, mas sou um expatriado como aqueles nobres trabalhadores foram também.