Vamos comigo pro Marrocos? Nesta primeira parte da viagem vou contar sobre Rabat e Casablanca. No próximo post eu vou falar sobre Marrakech. Bom deixa eu te contar como foi a primeira parte então:
A viagem ao Marrocos foi uma grande surpresa pra mim. Desde o começo mesmo, até decidir a viagem eu me surpreendi. Olhei passagens aéreas pra lugares baratos (o Sky Scanner tem esta ferramenta, sabia?) e o mais barato foi isso. Mas a maior surpresa foi mesmo lá.
OK que eu cheguei em Rabat (mais uma surpresa), que por ser a capital do país e onde fica a residência do rei do Marrocos, já é mais organizadinha. Quão mais? Ruas bem limpas e até um transporte público eficiente. Claro que a medina é um pouco diferente. Na verdade diferente do que eu estava vendo porque vim a descobrir que era uma medina clássica, com ruelas, becos e comerciantes de rua.
Rabat não é tão turística, então não é todo mundo que fala inglês. Não julgue-os, afinal falar árabe e francês é pra poucos. Tá, as ruelas: confesso que no começo deu um pouco de medo, mas depois vi que ninguém estava nem aí pra mim e relaxei. Foquei em procurar o meu bed & breakfast, uma tarefa que se mostrou mais difícil do que poderia imaginar.
Depois de muito procurar pelo hotel e um senhorzinho finalmente me ajudar a achar onde era, lá cheguei no B&B. Era uma casa antigona e linda por dentro. O dono do local me recebeu muito bem e me assegurou que Rabat era uma cidade muito segura, ao contrário da primeira impressão que eu tive.
Não havia nenhum restaurante por perto, então acabei (seguindo a instrução de que a cidade era segura) indo de volta até as várias banquinhas pelas quais havia passado pra comprar algo pra comer. Comprei dois pães, um cacho de uvas e um iogurte por $ 11.92. Exato, cerca de £ 1 ($ 10 = R$ 5 = £ 1).
Rabat não tem muito pra oferecer. O caminho até a Torre de Hassam é bem organizado e limpo. A construção da torre começou em 1195 e era pra ser o mais alto minarete do mundo, até que a construção foi interrompida.
O Kasbah é lindo! Uma região chegie de casinhas azuis com branco e vielas que te fazem esquecer do Marrocos que viu até agora por alguns instantes. Segui o som de um instrumento que só reconhecia ser de corda, e vi um senhor tocando na rua.
Já sabia da exigência de ter que dar uma grana quando se tira foto e todo espertão coloquei uma grana no chapéu dele e tirei fotos. Ele fazia algumas pausas pra até sugerir ângulos, mas estava claro no rosto dele que estava de saco cheio daquilo. Quando terminei as fotos e agradeci, o músico deu lugar ao empresário. O mesmo senhor largou o instrumento e começou a negociar o valor que queria pelas fotos (estava pedindo $ 15). Só faltou acender um cigarro e começar a falar como um mafioso.
Me obrigou a apagar as fotos da câmera se não pagasse o que ele pediu. Eu "apaguei", claro:
No caminho até a estação de trem pra ir até Casablanca tinha muita gente comprando e vendendo de tudo. Mas quando digo de tudo quero dizer de roupas e pinturas a cadeiras e balança de banheiro. Cada um dando seu jeito e tentando conquistar se espacinho. Conquistar seu espaço também estava um senhor que correu atrás do ônibus parado na sinaleira, perdendo seu chinelo de dedo no caminho, e empurrando um que outro pra ele caber. A passagem custa cerca de $4 (ou £ 0.22, ou R$ 2). Os trens, no entanto, ajudam bastante. Tem trens e trens, alguns (como o caso do meu primeiro trecho) são ótimos, mas outros (como foi o caso do meu segundo trecho), meu amigo... Vou deixar pra te contar com mais calma lá no segundo post sobre Marrakech.
O trem até Casablanca era confortável, de dois andares e GRAÇAS A DEUS com ar condicionado. De colocar inveja em muito trem Europeu.
A primeira impressão de Casablanca foi uma só: buzinas. Muitas delas, o tempo todo. Cheguei a fazer o teste de tempo entre uma e outra (não, não tinha nada mais importante pra fazer, estava de férias!) e não consegui achar uma brecha de dois minutos, sério.
Se você for pegar um táxi (não foi meu caso) não se assuste se no caminho o motorista parar pra pegar outro passageiro. É meio que um Uber Pool só que de táxi mesmo.
Em Casablanca fica a única mesquita do mundo que permite a entrada de não-muçulmanos, a Hassan II Mosque. Ela também é a sétima maior mesquita do mundo; tem capacidade pra 25 mil pessoas no interior e 80 pessoas no lado de fora; a construção envolveu mais de 12 mil pessoas; demorou seis anos (sim, só!) pra ficar pronta e o teto dela desliza pra evitar o excesso de calor no interior. A construção ser água adentro também tem uma explicação: uma passagem no Corão que diz que "o trono de Deus encontrava-se sobre a água". O tour no interior da mesquita é às 9h, 10h, 11h (exceto às sextas) e 14h e custa $ 120.
A área tem um ambiente leve, com muita gente lendo, ouvindo música, conversando, fotografando, e no caso de alguns que sentem mais calor, até tomando banho de mar.
A arquitetura da mesquita é de impressionar pessoas de qualquer religião. E assim... Olhe pra cima agora mesmo. Tu abriu a boca quando estava olhando bem pra cima? Isso é instintivo. Mas no caso da mesquita abrir a boca vira quase um ato instintivo seja olhando pra cima ou pra qualquer lugar. Como quase qualquer templo religioso, feito pra impressionar. Mas ela não é "qualquer templo religioso" A mistura de formas e cores parece dançar nas paredes. Cada ranhura e detalhe formam uma beleza simétrica.
Passei pela medina de Casablanca e esta tem muito mais gente e muito mais quinquilharias. Não sei se é porque não estamos acostumados que acaba chamando mais atenção, mas é impressionannte a quantidade de gatos de rua pelo caminho.
Jamais entraria nos becos que entrei lá se fosse no Brasil, e tenho certeza que não sou o único. Todo mundo dá um jeitinho de ganhar dinheiro de alguma maneira por ali, e no bom sentido.
A Rua Mohammad V é uma das principais de Casablanca. Na realidade errei o caminho e fui pra outro lado, então acabei caminhando uns 3km extras. Nestes quilômetros todos debaixo de um sol escaldante e segurando um sorvete que derretia mais rápido do que minha língua dava conta, vi um senhor servindo uma bebida aos passantes e não sabia o que era. Achei que era algum tipo de chá e curioso que sou fui lá pedir pra beber um copo. Era só água gelada, servida num copo de alumínio, por $ 1. Estes "vendedores de água" se vestem de um jeito bem característico pra chamar atenção e ele não se importou de deixar ser fotografado. Uma sorte, porque em Marrakech eles cobram umas moedinhas em troca de uma simples foto deles/com eles.
De jantar naquela noite comi tajine, um prato bem tradicional da cozinha marroquina. É uma carne cozida bem macia com vegetais e uma delícia! Foram $ 65 por um menu com três pratos (£ 5 ou R$ 33).
O fim de noite estava convidativo pra olhar o movimento e as pessoas - que, como as buzinadas, não eram poucas.
As fotos em alta resolução estão todas lá no Facebook.
Até a segunda parte da viagem então, daqui algumas semanas. 🙂 Te inscreve no meu canal e me segue nas redes sociais pra não perder.
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