Primeira vez em York: a cidade que parece saída de um filme medieval
York é uma cidade que parece ter parado no tempo, só que do melhor jeito possível.
Uma hora depois de desembarcar, chegamos ao nosso bed & breakfast, ou B&B pros íntimos. É tipo um hostel, mas com quartos privativos, geralmente numa casa adaptada pra receber hóspedes. York é cheia deles, o que ajuda a preservar os prédios antigos e a arquitetura charmosa de cidade pequena.
Claro que a gente se perdeu até chegar (como bons turistas despreparados), mas nada que uma boa caminhada pelas ruelas não resolva. Às vezes o melhor jeito de conhecer uma cidade é se perder, e em York isso vira parte da experiência.
Contrate o seu seguro de viagem aqui!
Acolhimento britânico em versão manual em York
Depois de rodar um monte, finalmente encontramos o B&B. Tudo fechado. 😅
Mas na maçaneta da porta tinha um papel escrito à mão com o nosso nome, número do quarto, onde achar a chave e até a senha pra entrar. Tudo ali, num papelzinho! Digitamos o código, entramos e — tcharaaam — a chave já estava na porta do quarto. Simples, eficiente e muito britânico.
O quarto era uma gracinha, confortável e com vista pra rua. Dez minutinhos de caminhada e estávamos no centrinho histórico, aquele que fica dentro da muralha medieval de York. É ali que a cidade pulsa: pubs, lojinhas, restaurantes e, claro, a imponente York Minster.
York Minster: a catedral que desafia o tempo
A Minster é tipo uma catedral — ou melhor, é uma Minster, um termo antigo usado pra grandes igrejas.
Ela foi erguida pela primeira vez no ano 637, quando o Brasil ainda nem sabia o que era ser descoberto.
Sede do Arcebispo de York (o “vice-papa” da Igreja Anglicana, digamos assim 😂), a igreja impressiona tanto por fora quanto por dentro.
Confesso: não entrei porque a entrada custava £15 e, sinceramente, a vista do gramadinho do lado já valia o rolê. Sentar ali, ver o movimento e sentir o peso da história foi o suficiente.
História viva em cada esquina de York
Pra quem curte história (ou curiosidades aleatórias), o York Castle Museum é parada obrigatória.
Ele mostra como era a vida rural e as antigas fazendas da região. Pra ter ideia, todo o condado de Yorkshire tem cerca de 15.500 km² e apenas 5 milhões de habitantes — um baita interiorzão inglês.
Ali do lado, no alto de um morrinho, fica a Clifford’s Tower, construída em 1275 e preservada pelo English Heritage. A vista lá de cima é linda — dá pra ver a York Minster surgindo no horizonte como uma pintura.
O restaurante polonês (sim, polonês!)
Em uma dessas caminhadas sem destino, o estômago começou a roncar e demos de cara com o Barbakan, um restaurante polonês.
Nunca pensei que minha primeira refeição polonesa seria em York — e que baita surpresa boa!
Lugar pequeno, clima familiar, atendimento perfeito. Pedi o bigos, um ensopado servido dentro de um pão crocante, com carnes, salsichas, tomate e cogumelos. Uma delícia que merecia um repeteco.
Sol, barco e bronze inesperado
Se visitar York no verão, já anota a dica: faça um passeio de barco pelo rio Ouse.
As margens são cheias de árvores, ciclistas e casais tomando sol — e o visual da cidade vista da água é maravilhoso.
Mas cuidado: o sol engana. Voltei bronzeado tipo Brighton (talvez até mais).
St. Mary’s Abbey e o Museum Gardens
Antes de ir embora, passamos pelos Museum Gardens e encontramos as ruínas da St. Mary’s Abbey, construída em 1055.
Sim, quase mil anos atrás! Ela foi destruída durante a reforma de Henrique VIII, quando ele rompeu com a Igreja Católica e criou a Anglicana.
Uma palavra pra York? História.
Duas? História e natureza.
Os arredores, cheios de verde e muralhas, me lembraram o interior do Rio Grande — e foi impossível não se apaixonar por essa cidade.
Segunda visita: redescobrindo York com novos olhos
Alguns anos depois, voltei pra York — e foi como reencontrar um amigo querido.
A cidade segue a mesma, mas cada visita revela algo novo.
O calor, o B&B e o atendimento nota 10
Dessa vez fiquei no Dovecote House, outro bed & breakfast encantador (e a subida até lá dava suadeira — principalmente porque estava um calor fora do comum pro norte da Inglaterra).
O dono, Matthew, era o tipo de anfitrião que realmente gosta do que faz: servia café no quarto e até mandou cervejas de cortesia pra acompanhar um espumante que abrimos na banheira.
York Brewery: a experiência cervejeira
Como bom fã de cerveja ale, não resisti a conhecer a York Brewery.
O tour é rápido — uns 40 minutos —, mas superinteressante: dá pra ver o processo, ouvir histórias curiosas e, claro, provar quatro rótulos no final.
A imperial stout deles é sensacional!
Curiosidade: muitas cervejarias britânicas (inclusive essa) usam escama de peixe pra deixar a bebida mais clara. Bonito? Não. Surpreendente? Com certeza.
História, música e leveza
A York Minster continua impressionante por dentro e por fora, e dessa vez eu entrei.
O órgão é lindíssimo, e a visita à cripta ajuda a entender o quanto essa igreja já resistiu — inclusive a incêndios.
Não subi na torre (custava £5 a mais e o bolso protestou 😅), mas caminhei bastante pelos arredores, pelas muralhas e pelos parques.
York, pra mim ❤️
De cervejarias a abadia, de ruazinhas medievais a momentos de puro improviso, York é daquelas cidades que ficam no coração.
Pequena, acolhedora, histórica e surpreendente — daquelas que dá vontade de voltar, ou até de ficar de vez.
História, natureza, música e uma boa cerveja: York tem tudo o que faz a vida valer a pena. 🍻
Esta página contém links de parceiros. Este site recebe comissão por compras através destes links, mas não se responsabiliza pelas reservas.






