Marrocos: Rabat e Casablanca na vida real

por Rafa
24 janeiro 2016

Rabat e Casablanca abriram minha viagem ao Marrocos com aquele misto de surpresa, encantamento e um pouquinho de “onde é que eu tô me metendo?”. É aquele tipo de destino que te pega desprevenido — no melhor sentido.


Primeira parada: Rabat — uma capital que surpreende pela tranquilidade

Quando a gente pensa em capital, imagina caos, buzina, trânsito e gente pra tudo que é lado — estilo São Paulo em dia de chuva.
Mas Rabat é o oposto disso.

A cidade tem uma vibe organizada, limpa e silenciosa, muito por ser a sede do governo e onde vive o rei do Marrocos. As ruas são amplas, arborizadas e com policiamento frequente, o que traz aquela sensação de segurança que todo viajante ama sentir.

A medina de Rabat: o caos clássico, mas acolhedor

Se a parte moderna é toda comportada, a medina é o choque cultural que te joga direto no coração do país.

Ali tu encontra:

  • ruelas estreitas que parecem labirinto de videogame,

  • vendedores que surgem do nada,

  • lojas que vendem absolutamente tudo,

  • artesanato, especiarias, couro, tecidos, tapetes,

  • motos passando a 2 cm da tua perna,

  • gatos preguiçosos dormindo no meio do caminho.

No começo, confesso, dei aquela travada — especialmente porque eu tava com mochila, câmera e ar de turista perdido.
Mas logo percebi que ninguém estava interessado em mim. A vida ali segue num ritmo próprio, alheio ao visitante.

Segurança em Rabat: mais tranquila do que parece

O dono do meu bed & breakfast disse com todas as letras:
“Rabat é uma cidade muito segura, pode andar sem medo.”

E realmente senti isso. Mesmo nas ruelas mais estreitas, o clima é de comunidade, não de ameaça.


A saga para encontrar meu bed & breakfast em Rabat

Agora, guri… deixa eu te contar: encontrar o B&B foi quase uma prova de reality show.

Eu passava pela mesma esquina, as mesmas portas, a mesma loja de tapetes umas dez vezes. Google Maps não funciona direito no miolo da medina, e os becos parecem clones.

Até que um senhor percebeu minha cara de desespero e, com a maior calma do mundo, me guiou até a porta certa.

E valeu cada segundo: a casa era linda por dentro, cheia de azulejos, pátio interno com fontes e aquele cheiro de tradição marroquina misturado com hortelã.

Primeira refeição: comi como um rei gastando £1

Sem restaurantes por perto, voltei às barraquinhas e comprei:

  • dois pães fresquinhos,

  • um cacho de uvas,

  • um iogurte enorme.

Total: $11.92 dirhams — cerca de £1.
Não existe almoço melhor no quesito custo-benefício.


O que fazer em Rabat: história viva em cada esquina

Torre de Hassan: o monumento que parou no tempo

A Torre de Hassan é imponente mesmo inacabada.
A obra começou em 1195 e foi interrompida no meio, mas o resultado é uma paisagem cinematográfica: a torre alta cercada por pilares de pedra que parecem sentinelas silenciosas.

Ali tu sente a história — o vento quente batendo, o sol refletindo no chão claro, turistas caminhando devagar, quase em reverência.

Sugestão de imagem:
– foto da Torre com céu laranja
– pilares alinhados
– close dos detalhes do arenito

Kasbah dos Oudaias: o pedaço mais bonito de Rabat

O Kasbah é uma obra de arte ao ar livre:

  • casas brancas com azuis vibrantes,

  • portas decoradas com desenhos árabes,

  • vasos de flores que quebram a monotonia das paredes,

  • gatos (sempre eles),

  • músicos de rua tocando instrumentos tradicionais.

É impossível não sorrir caminhando ali.

E, claro, tive minha experiência “mafioso marroquino” quando fotografei um músico que depois tentou negociar um preço absurdo pelas fotos.
Apaguei as fotos na frente dele — ou melhor, “apaguei”. 😅

Rabat → Casablanca: entre ônibus, vendedores e um trem com ar-condicionado salvador

A saída de Rabat até a estação é uma aula de economia local.
É impressionante como tem gente vendendo absolutamente tudo:

  • quadros,

  • roupas,

  • cadeiras,

  • panelas,

  • balanças (!),

  • frutas,

  • brinquedos,

  • ferramentas.

É uma fusão de mercado de pulgas com feira livre.
E tudo funciona, tudo circula.

O ônibus é barato. O trem é melhor.

A passagem de ônibus custa cerca de $4 e é sempre uma cena: gente correndo atrás do veículo, perdendo chinelo, entrando pela porta lateral.

Mas o trem… ah, guri.
Meu trem pra Casablanca era de dois andares, moderno, limpo e com ar-condicionado potente.
Parecia um trem europeu novo — melhor que alguns da França inclusive.

Leia também: Guri em OxfordGuri em Bruges, BélgicaGuri em Bruxelas, BélgicaGuri em Dublin, Irlanda


Chegando em Casablanca: caos sonoro, cultura e energia

Casablanca é movimento puro.

A primeira coisa que tu nota?
As buzinas.
Muitas. O tempo todo. Sem pausa.
Fiz até o teste: tentei achar um intervalo de dois minutos sem buzina.
Não existe.

Táxis em Casablanca funcionam no modo "Uber Pool" espontâneo

Mesmo que tu chame um táxi só pra ti, o motorista pode parar no caminho pra pegar outro passageiro.
Não assusta — é padrão local.


A Mesquita Hassan II: uma das construções mais impressionantes do mundo

Se tem um lugar que tu PRECISA visitar em Casablanca, é a Mesquita Hassan II.

Ela é:

  • a única mesquita do Marrocos que permite entrada de não-muçulmanos,

  • a sétima maior do mundo,

  • equipada com teto retrátil,

  • construída parcialmente sobre o mar,

  • decorada com detalhes que parecem ter sido pintados à mão um por um,

  • capaz de receber 25 mil pessoas no interior e 80 mil no exterior.

A arquitetura é tão monumental que tu se pega olhando pra cima o tempo todo — e abrindo a boca involuntariamente, tipo criança na Disney.

Horários e preço

  • Tours às 9h, 10h, 11h (exceto sexta) e 14h.

  • Entrada: $120 dirhams.

O clima ao redor da mesquita

Ao redor da mesquita tu vê:

  • famílias conversando,

  • jovens ouvindo música,

  • turistas fotografando,

  • pessoas se refrescando na água,

  • silêncio e barulho misturados — uma harmonia marroquina.

É um lugar que te abraça pela grandiosidade.

A medina de Casablanca: mil quinquilharias, mil gatos

Casablanca tem uma medina mais caótica que Rabat:

  • vendedores chamando alto,

  • produtos do chão ao teto,

  • movimento constante,

  • gatos em cada esquina.

Por incrível que pareça, me senti mais seguro ali do que estaria num beco aleatório no Brasil. É uma energia intensa, mas não agressiva.

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Rua Mohammed V: sol, sorvete derretendo e tradição

Caminhei uns 3 km extras por ter errado o caminho — acontece nas melhores viagens.
O calor tava tão forte que meu sorvete derretia mais rápido do que meu cérebro processava.

E aí encontrei um vendedor servindo uma bebida gelada num copo de alumínio.
Pensei que fosse chá — e fui pedir.

Era só água gelada por $1.
Esses vendedores usam roupas tradicionais e são super simpáticos.
E diferente de Marrakech, aqui não pediram dinheiro pela foto.


Jantar marroquino: tajine obrigatório

Comi um tajine tradicional — carne macia, vegetais cozidos, tempero perfeito.
Um menu com três pratos custou $65 dirhams (cerca de £5).
Alimentação boa e barata é uma constante no Marrocos.

A noite terminou com aquela vibe marroquina gostosa: gente conversando, crianças correndo, vendedores chamando, buzinas inevitáveis.


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