Entre sanduíches que não são sanduíches, confeitaria que beira o pecado e um povo que leva a vida real da forma mais despretensiosa possível, a capital dinamarquesa acabou entrando no seleto grupo de lugares em que penso: “Ok… moraria.”
Smørrebrød e hot dogs: o combo dinamarquês definitivo
A primeira coisa que você precisa entender sobre comida em Copenhagen é o smørrebrød, o “sanduíche aberto” deles.
A palavra “sanduíche”, aliás, não faz justiça à coisa.

Smørrebrød, o sanduíche que não é sanduíche.
É uma fatia de pão de centeio escuro, denso e saboroso, montado com camadas perfeitas de ingredientes frescos. Muitas vezes peixe, mas não só. É mais leve, menor e muito mais elegante do que qualquer sanduíche tradicional. Um é suficiente; dois, se você for guloso moderado.
Mas o verdadeiro golpe de mestre são os hot dogs. Espalhados pela cidade em carrinhos simpáticos, são perfeitos tanto como lanche rápido no meio do dia quanto como “refeição da dignidade” no caminho de volta do pub para o hotel. Inesperadamente gostosos.

Cachorro quente dinamarquês. Dá pra comer 3, fácil.
Uma cidade que leva comida a sério
A Dinamarca é dedicada na cozinha. Não é hype, é realidade.
Sim, o Noma está lá — o restaurante que vive sendo chamado de “melhor do mundo”. Não, eu não fui (ainda). Talvez um dia, quando essa vida de guiar, criar conteúdo e pagar boletos começar a dar lucro nível “experiência nórdica premium”, eu vá por você.

O antigo porto de Copenhagen - super turístico, não indico.
A língua que não é tão impossível assim
O dinamarquês parece complicado, mas entre os nórdicos ele é o mais… digamos… acessível.
E existe uma razão histórica para isso: parte dos povos que formaram a Inglaterra pós-romana, especialmente os Jutos, vindos da região que hoje é a Dinamarca continental — possuem esta base linguística. Então algumas coisas (algumas!) não são tão distantes do inglês.
Realeza
Em Londres, a família real vive num misto de culto, proteção e espetáculo. Tudo é emoção, pompa e câmeras.
Na Dinamarca, não. A monarquia é querida, mas low-key. Segundo o guia que me acompanhou, os membros da família real andam de bicicleta, passam despercebidos pela cidade, vivem de um jeito quase normal.

Coroa real, da família real da Dinamarca.
A confeitaria
A parte que mais me pegou desprevenido foi a confeitaria. Eu sabia que era boa — mas não tão boa.
Meu ponto alto foi a Sct. Peders Bageri, onde comi um pãozinho de cardamomo que honestamente justificaria uma viagem. Sozinho. Sem roteiro. Sem museu. Só ele. E se tiver espaço, uma outra pastry de pistache. Bah!

A vitrine da Sct. Peders Bageri em Copenhagen. Pra mim ela foi o destaque.
Cerveja e carne
Também fui na Warpigs Brewpub, uma microcervejaria que deu pra ver que já virou hotspot local. A cervejaria fica no antigo abatedouro da cidade, um tema que já vai voltar.
As cervejas são incríveis, algumas com teor alcoólico que te faz repensar a programação da manhã seguinte. E a comida… as salsichas e o brisket estavam igualmente memoráveis.

Este jantar foi um dos mais simples, rápidos, baratos e deliciosos de Copenhagen, na Warpiegs Brewpub.
Para beber no centro: um pub com três séculos de história
Se você quiser um bar atmosférico no coração da cidade, recomendo o Hviids Vinstue, um dos pubs mais antigos de Copenhagen, funcionando no mesmo lugar há quase 300 anos.
Mercado Torvehallerne: o passeio que não coube no estômago
O Torvehallerne é aquele mercado organizado, bonito, com bancas de comida para todos os gostos e bolsos.
Não cheguei a comer lá, mas a vibe é deliciosa. Fica para a próxima. Anotei aqui pra não esquecer quando voltar.
Arte, claro
Reservei uma tarde para o SMK – Statens Museum for Kunst, principalmente para ver o quadro “Numa Osteria Romana”, do Carl Bloch.
Ao vivo, ele tem uma teatralidade e uma energia que não dá pra sentir pela tela. Parece que os personagens estavam conversando sobre mim quando entrei na sala. Sensacional.

Guarda na frente do palácio real em Copenhagen.
Ainda não saio do Reino Unido… mas olha
Eu realmente não me imagino morando fora do Reino Unido, mas Copenhagen (junto com Oslo) foi a única cidade no mundo que me fez pensar “ok, moraria”.
A vibe é leve, a comida é excelente e a vida parece... bem-resolvida.
Quero muito voltar, porque, sabe né, deixei vários restaurantes pra trás.
E agora me conta: tem algum lugar que deixei de fora?
Vamos trocar dicas nos comentários.






