Se tu já ouviu alguém falar dos cânions do Rio Grande do Sul, provavelmente ouviu essa frase clássica:
“O Fortaleza é bem mais bonito que o Itaimbezinho.”
E eu, teimoso que sou, fui testar isso na prática. Depois de anos morando em Londres (e sempre ouvindo elogios pra lá e pra cá), resolvi finalmente fazer essa viagem que muita gente da região deixa pra “depois”. E olha… não sei como esperei tanto tempo.
Spoiler: sim, o Fortaleza é mais bonito — mas deixa eu te contar essa história direito.
O olhar do fotógrafo em busca do melhor clique diante da grandiosidade do cânion.
Como são as estradas até os cânions do RS?
Antes de qualquer trilha, tu enfrenta outro desafio: as estradas. E aqui vai a real, de um amigo pro outro:
as estradas de chão vão te testar a paciência, a lombar e a fé na vida.
Do centro de Cambará do Sul até o Itaimbezinho, são 16 km de chão batido que levam uns 30 minutos.
Buraco é o plural de “buracos”. Pedra é o plural de “surpresas”.
Eles estão pavimentando (em 2025 isso) então quando tu for, espero que esteja diferente.
Mas segue, porque vale muito a pena.
Itaimbezinho: a primeira parada (e o primeiro choque de beleza)
Trilha do Cotovelo
Queria começar com a trilha mais longa e pegar o sol bonito, então escolhemos a famosa Trilha do Cotovelo.
São 3 km pra ir + 3 pra voltar, tudo plano, tranquilo, sinalizado. Caminho simples, mas final arrebatador.
Nos últimos metros, o cenário se abre e tu pensa:
“Bah, isso aqui existe MESMO?”
Lá em cima é Rio Grande do Sul.
Lá embaixo, Santa Catarina.
No meio, paredões gigantescos e quedas d’água que fazem um barulho tão firme e tão presente que dá vontade de ficar só ouvindo.
E no meio dessa imensidão toda, urubus circulando lá embaixo como se estivessem dando um rolê panorâmico VIP.
Juro que me peguei pensando: “Que sorte a desse urubu…”.
Trilha do Vértice
Voltando pro centro de visitantes, seguimos pra Trilha do Vértice, menorzinha e com mirantes super bem posicionados.
A cachoeira rouba a cena — hipnotiza tanto quanto um baterista de jazz tocando devagarinho.
Pegamos o pôr do sol ali e foi daqueles que tu salva na memória antes mesmo de tirar a foto.
O céu em tons de laranja e rosa, 1000 metros de altitude, araucárias de enfeite natural.
Momento cartão-postal.

Um cenário deslumbrante onde os paredões do cânion encontram a beleza das araucárias sob a luz do entardecer.
Cânion Fortaleza: o gigante que justifica a fama
No dia seguinte, repetimos o ritual da estrada de chão — dessa vez 9 km — mas confesso: já fui animado. A fama do Fortaleza mexe com o imaginário.
E olha… mexeu por um motivo.
A trilha do Fortaleza
A trilha é mais íngreme, mais divertida, dá aquele gostinho de aventura sem exigir preparo físico de atleta. E já começa com uma pergunta existencial:
“Será que vai ter nuvens no topo?”
Porque aqui o jogo muda: as nuvens entram e saem como cortinas gigantes.
E essa dança entre revelar e esconder a paisagem dá um clima surreal.
Quando chegamos no topo, elas abriram caminho.
A vista? Imensa. Limpa. Indescritível.
O vale, as quedas d’água e aquele penhasco absurdo
De um lado, um vale profundo de vegetação densa, com pequenas cachoeiras criando sons suaves.
Do outro, um penhasco seco, cru, sem mirantes, sem grades — só tu e o abismo de mil metros separando RS e SC.

A grandiosidade da natureza revelada na vista do cânion, entre rochas, nuvens e feixes de luz.
E lá longe, o litoral de Torres aparecendo discreto, tipo aparição especial. Embaixo, o Rio da Pedra serpenteando tranquilo. Em cima, silêncio, vento e aquela paz típica dos Campos de Cima da Serra.
As nuvens desciam, subiam, escondiam e revelavam a paisagem como se dissessem:
“Calma, eu te mostro quando for a hora.”
Um espetáculo silencioso.
Comparação rápida: Itaimbezinho x Fortaleza
| Característica | Itaimbezinho | Fortaleza |
|---|---|---|
| Acesso | 16 km de estrada de chão | 9 km de estrada de chão |
| Trilhas | Planas e fáceis | Mais íngremes e aventureiras |
| Estrutura | Centro de visitantes | Zero estrutura |
| Mirantes | Sinalizados | Naturais, sem proteção |
| Paisagem | Clássica e simétrica | Imensa, dramática e selvagem |
| “Uau factor” | 8/10 | 12/10 |
Veredito: se tu tiver que escolher só um… vai de Fortaleza.
Como chegar aos cânions do Rio Grande do Sul
1. Voo até Porto Alegre
O jeito mais fácil é pegar um voo até Porto Alegre.
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E não esquece do seguro-viagem — trilha sem seguro não é trilha, é aposta.
2. Alugar um carro em Porto Alegre ou Gramado
De lá, tu aluga um carro e segue até Cambará do Sul.
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Muita gente combina esse rolê com Gramado, Canela, Caxias do Sul e até Lajeado Grande.
Super vale.
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