Guri nos cânions do Rio Grande do Sul

por Rafa
23 junho 2019

Se tu já ouviu alguém falar dos cânions do Rio Grande do Sul, provavelmente ouviu essa frase clássica:
“O Fortaleza é bem mais bonito que o Itaimbezinho.”

E eu, teimoso que sou, fui testar isso na prática. Depois de anos morando em Londres (e sempre ouvindo elogios pra lá e pra cá), resolvi finalmente fazer essa viagem que muita gente da região deixa pra “depois”. E olha… não sei como esperei tanto tempo.

Spoiler: sim, o Fortaleza é mais bonito — mas deixa eu te contar essa história direito.

Rafa, Guri in London, registrando cânion profundo com paredões rochosos e vegetação densa sob céu azul.

O olhar do fotógrafo em busca do melhor clique diante da grandiosidade do cânion.


Como são as estradas até os cânions do RS?

Antes de qualquer trilha, tu enfrenta outro desafio: as estradas. E aqui vai a real, de um amigo pro outro:

as estradas de chão vão te testar a paciência, a lombar e a fé na vida.

Do centro de Cambará do Sul até o Itaimbezinho, são 16 km de chão batido que levam uns 30 minutos.
Buraco é o plural de “buracos”. Pedra é o plural de “surpresas”.

Eles estão pavimentando (em 2025 isso) então quando tu for, espero que esteja diferente.

Mas segue, porque vale muito a pena.

Itaimbezinho: a primeira parada (e o primeiro choque de beleza)

Trilha do Cotovelo

Queria começar com a trilha mais longa e pegar o sol bonito, então escolhemos a famosa Trilha do Cotovelo.
São 3 km pra ir + 3 pra voltar, tudo plano, tranquilo, sinalizado. Caminho simples, mas final arrebatador.

Nos últimos metros, o cenário se abre e tu pensa:

“Bah, isso aqui existe MESMO?”

Lá em cima é Rio Grande do Sul.
Lá embaixo, Santa Catarina.
No meio, paredões gigantescos e quedas d’água que fazem um barulho tão firme e tão presente que dá vontade de ficar só ouvindo.

E no meio dessa imensidão toda, urubus circulando lá embaixo como se estivessem dando um rolê panorâmico VIP.
Juro que me peguei pensando: “Que sorte a desse urubu…”.

Trilha do Vértice

Voltando pro centro de visitantes, seguimos pra Trilha do Vértice, menorzinha e com mirantes super bem posicionados.
A cachoeira rouba a cena — hipnotiza tanto quanto um baterista de jazz tocando devagarinho.

Pegamos o pôr do sol ali e foi daqueles que tu salva na memória antes mesmo de tirar a foto.
O céu em tons de laranja e rosa, 1000 metros de altitude, araucárias de enfeite natural.
Momento cartão-postal.

Vista de cânion profundo com paredões rochosos e topo coberto por araucárias ao entardecer.

Um cenário deslumbrante onde os paredões do cânion encontram a beleza das araucárias sob a luz do entardecer.


Cânion Fortaleza: o gigante que justifica a fama

No dia seguinte, repetimos o ritual da estrada de chão — dessa vez 9 km — mas confesso: já fui animado. A fama do Fortaleza mexe com o imaginário.

E olha… mexeu por um motivo.

A trilha do Fortaleza 

A trilha é mais íngreme, mais divertida, dá aquele gostinho de aventura sem exigir preparo físico de atleta. E já começa com uma pergunta existencial:

“Será que vai ter nuvens no topo?”

Porque aqui o jogo muda: as nuvens entram e saem como cortinas gigantes.
E essa dança entre revelar e esconder a paisagem dá um clima surreal.

Quando chegamos no topo, elas abriram caminho.
A vista? Imensa. Limpa. Indescritível.

O vale, as quedas d’água e aquele penhasco absurdo 

De um lado, um vale profundo de vegetação densa, com pequenas cachoeiras criando sons suaves.
Do outro, um penhasco seco, cru, sem mirantes, sem grades — só tu e o abismo de mil metros separando RS e SC.

Vista panorâmica de cânion cercado por montanhas verdes, com nuvens baixas e raios de sol atravessando o céu.

A grandiosidade da natureza revelada na vista do cânion, entre rochas, nuvens e feixes de luz.

E lá longe, o litoral de Torres aparecendo discreto, tipo aparição especial. Embaixo, o Rio da Pedra serpenteando tranquilo. Em cima, silêncio, vento e aquela paz típica dos Campos de Cima da Serra.

As nuvens desciam, subiam, escondiam e revelavam a paisagem como se dissessem:

“Calma, eu te mostro quando for a hora.”

Um espetáculo silencioso.


Comparação rápida: Itaimbezinho x Fortaleza

Característica Itaimbezinho Fortaleza
Acesso 16 km de estrada de chão 9 km de estrada de chão
Trilhas Planas e fáceis Mais íngremes e aventureiras
Estrutura Centro de visitantes Zero estrutura
Mirantes Sinalizados Naturais, sem proteção
Paisagem Clássica e simétrica Imensa, dramática e selvagem
“Uau factor” 8/10 12/10

Veredito: se tu tiver que escolher só um… vai de Fortaleza.


Como chegar aos cânions do Rio Grande do Sul

1. Voo até Porto Alegre 

O jeito mais fácil é pegar um voo até Porto Alegre.
👉 Se quiser já garantir sua passagem, recomendo olhar preços pela Latam.
E não esquece do seguro-viagem — trilha sem seguro não é trilha, é aposta.

2. Alugar um carro em Porto Alegre ou Gramado

De lá, tu aluga um carro e segue até Cambará do Sul.
👉 Veja opções de aluguel de carro aqui.

Muita gente combina esse rolê com Gramado, Canela, Caxias do Sul e até Lajeado Grande.
Super vale.


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